Em meados de Junho do ano passado o Parlamento Europeu aprovou a escolha de Portugal e da Letónia como estados anfitriões da capitais europeias da Cultura no ano de 2027 e determinou que ambos os países teriam até ao final de 2021 para apresentarem as candidaturas à escolha das duas cidades. No caso da capital a indicar em Portugal, a Guarda foi uma das primeiras a sinalizar a intenção de concorrer. O anúncio seria feito a 30 daquele mês na Assembleia Municipal [recordar notícia aqui]. O tema não foi, porém, muito abordado durante a campanha para eleições autárquicas, salvo pela declaração, por parte do candidato da coligação liderada pelo CDS, Carlos Adaixo, que classificou como «completamente irrealista» a ideia de candidatar a Guarda a Capital Europeia da Cultura [recordar aqui]. Nenhuma outra força adversária a Álvaro Amaro trouxe o assunto para o debate político. Mas a intenção seria reafirmada pelo reeleito presidente da Câmara na tomada de posse, em Outubro, e reiterada no Dia da Cidade, em Novembro. Já este ano, na entrevista que deu à Rádio, o autarca referiu-se à candidatura como um dos desígnios para este mandato [recordar aqui] e anunciou a criação de uma estrutura de missão que tem como coordenador um antigo secretário de Estado da Cultura, José Amaral Lopes [recordar aqui]. Na Rádio, enquanto interveniente no programa “O Mundo Aqui”, o último vereador da Cultura dos mandatos de maioria socialista na Câmara da Guarda, Virgílio Bento, manifestou total apoio à candidatura, procurado capitalizar para os executivos municipais que integrou a criação de condições para que a Guarda possa ambicionar ser a escolhida em Portugal: «É o corolário de décadas de política cultural», disse o antigo vice-presidente da autarquia [recordar aqui]. Mas esta declaração gerou desconforto em meios socialistas que a interpretaram como mera manifestação de apoio a uma decisão da nova maioria liderada por Álvaro Amaro, do PSD. O silêncio das estruturas do PS foi, por isso, assinalado no programa de debate político “Quarto Poder” [recordar aqui], o mesmo espaço onde, pelo contrário, seria destacada a posição manifestada, há uma semana, pelo Bloco de Esquerda [recordar aqui], quando o novo coordenador distrital do partido assumiu estar ao lado da candidatura e anunciou que terá uma intervenção activa e exigente, enquanto oposição, para que a intenção de concorrer resulte numa maior aposta por parte da Câmara na área da Cultura [recordar aqui]. Uma postura que Álvaro Amaro elogia, ao mesmo que diz esperar o «apoio de todas as forças políticas» para que a Guarda seja a escolhida. Esta segunda-feira, na sessão do executivo, não se falou do assunto. Na reunião da Assembleia Municipal da próxima quinta-feira os partidos terão uma oportunidade para tomar posição.
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