Estão identificadas 150 oliveiras centenárias no Vale do Côa, num trabalho realizado por um consórcio liderado pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB), através do Centro de Investigação de Montanha, a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e a Fundação Côa Parque.
O catálogo do projeto “OLIVECOA” foi apresentado no sábado, no âmbito dos 28 anos do Parque Arqueológico do Vale do Côa, numa sessão que contou com a presença do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre. Em declarações aos jornalistas, o investigador do IPB Nuno Rodrigues afirmou que a iniciativa teve como incidência o estudo das oliveiras centenárias daquela zona protegida, onde existe um grande património paisagístico e cultural associado às gravuras rupestres. “Este projeto abrangeu cerca de 150 oliveiras. Não tivemos só como estudo o valor científico destas plantas, mas também a inovação da qual resultou a obtenção de novos produtos olivícolas e também a criação de novos itinerários turísticos, para que os visitantes possam partir para a descoberta desta região da sua gastronomia e paisagem», adiantou o investigador.
Segundo Nuno Rodrigues, em cada árvore foi feito um estudo biométrico do tronco e da copa e a caracterização morfológica da folha, fruto e caroço, para a recolha de todas as informações necessárias relativas às características das oliveiras deste território. «Após este estudo foram colhidas as azeitonas de cada oliveira e extraído o seu azeite para estudar as suas características organoléticas», acrescentou. Durante o estudo foi também realizado um levantamento de lendas e histórias do território onde se encontram estas oliveiras centenárias. O resultado foi compilado num catálogo que incluiu 65 oliveiras das mais emblemáticas das 150 referenciadas.
O projeto “OLIVECOA” permitiu também a preparação de vários produtos, que poderão ser aproveitados e potenciados pelos agentes económicos locais. «Foi criado um lote de azeite exclusivamente feito de azeitonas produzidas por oliveiras centenárias, assim como azeitonas descascadas, conhecidas como “alcaparras”», realçou Nuno Rodrigues.