Virgílio Bento acha que o Partido Socialista da Guarda pouco ou nada conseguiu ainda fazer para alcançar a união. E embora esse seja um propósito dos dois candidatos à federação distrital, as condições para que o PS volte a ter força num concelho onde foi poder durante 37 anos consecutivos estão longe de ser concretizadas, nas actuais circunstâncias. Na edição desta semana do programa "O Mundo Aqui", onde é um dos intervenientes, o antigo militante – que também foi presidente da concelhia e vice-presidente da Câmara da Guarda – diz que que não basta ao PS partir do pressuposto de que o movimento de cidadãos que ele próprio encabeçou em 2013 já não existe para pensar que o retorno de militantes e simpatizantes é um dado adquirido. A desunião mais patente existe «por dentro» do próprio partido e nesse aspecto quase nada se alterou desde o processo que levou à constituição do movimento independente "A Guarda Primeiro". Por outro lado, Virgílio Bento considera que o partido tem vindo a desvalorizar a preparação das próximas eleições autárquicas, confiante em vozes que internamente dizem não ser impossível recuperar a Câmara já em 2017. As mesmas vozes, afinal, que julgavam improvável perdê-la em 2013, depois de impugnadas as listas de cidadãos: «É um discurso de auto-convencimento, 'ouvimo-nos a nós próprios e convencemo-nos de que aquilo que nós pensamos é a verdade'». Um erro que pode conduzir o PS a um resultado ainda pior do que o sofrido nas últimas eleições autárquicas, considera o professor. Até porque percebe que a estratégia do actual presidente da Câmara, Álvaro Amaro, foi calculada para duas fases: «primeiro a criação do caos» e agora «a promessa de realização», coincidindo com o novo ciclo de fundos comunitários.
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