Depois de a Unidade Local de Saúde da Guarda ter apenas tornado público, no início da semana, que «para fazer face à escassez de recursos humanos agravada pela redução do horário de trabalho de 40 para 35 horas» tinha determinado o encerramento da Unidade de Cuidados Intermédios de Cardiologia, a presidente do conselho de administração veio esclarecer que as camas daquele serviço fecharam no dia 1 de Julho porque «não estavam a funcionar».
Após várias reacções [ver notícia anterior aqui], Isabel Coelho referiu-se ontem ao assunto, na intervenção que fez na edição das Conferências da Guarda sobre “Saúde XXI para a coesão territorial”, uma organização da Câmara Municipal.
Respondendo ao presidente da autarquia, Álvaro Amaro, a responsável disse-lhe que «”não fique assustado» pelo fecho «das quatro camas» dos Cuidados Intermédios de Cardiologia porque «elas não estavam a funcionar como tal».
«Já houve tempos, quando tivemos muitos cardiologistas que funcionaram como, inclusivamente, Unidade de Coronária. Chegaram a funcionar como serviços intermédios. Hoje em dia eram uma extensão da Cardiologia sem significado», justificou.
Segundo Isabel Coelho, essas camas estão agora «localizadas no serviço de Unidade de Cuidados Intensivos onde há médicos 24 horas por dia».«E, aí sim, estamos a prestar um bom serviço ao doente e não a deixar doentes num serviço de Cardiologia onde só temos dois médicos, onde é humanamente impossível com eles assegurar 24 sobre 24 horas».
A presidente da ULS fez uma intervenção de fundo sobre a gestão de saúde pública em territórios despovoados e apelou a um compomisso político de longo prazo nesta matéria.
Anunciados (tinham aceitado o convite da Câmara da Guarda) estavam também os responsáveis da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco e do Centro Hospitalar da Cova da Beira. Mas invocaram «impedimentos de última hora» e não compareceram.
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