O grupo de teatro Calafrio, criado pelo actor e encenador Américo Rodrigues logo a seguir ao afastamento do cargo de director artístico do Teatro Municipal da Guarda e entretanto transformado em associação cultural presidida pelo próprio, volta a apresentar uma produção no TMG, integrante da programação do último trimestre do corrente ano.
Tal como noutras ocasiões, o vereador do pelouro da Cultura, que presidiu à apresentação do programa, volta a responder que essa é matéria da responsabilidade do programador: «Não sou eu que faço a programação, há um programador que tem a delegação e tem a competência de, em face daquilo que são as propostas, analisar e ver ver quais são enquadráveis».
Mas Vítor Amaral ressalva que esta opção técnica está em linha com a orientação política: «Trata-se de aceitar aquilo que são as dinâmicas da própria sociedade civil através das estruturas associativas, culturais e recreativas, que são absolutamente fundamentais».
O vereador nega que esteja a ser concedido qualquer direito de preferência à associação recentemente criada, justificando que o Teatro Municipal da Guarda «não deve ter nenhum tipo de preconceito em relação a nada nem a ninguém».
No caso do Calafrio (que levará ao palco, em Dezembro, a peça "Bartleby", com encenação de Américo Rodrigues), Vítor Amaral sustenta que a nova estrutra «cria e tem dinâmica para apresentar criações que têm qualidade e têm mérito», pelo que o TMG «deve estar aberto a essas dinâmicas».
Diferente é antever a designação daquele grupo como estrutura de produção residente, a exemplo do que foi o Projéc~, criado no âmbito do próprio TMG e extinto com a saída de Américo Rodrigues mas cujo elenco, no essencial, se transferiu para o Calafrio. O vereador garante que, do mesmo modo que não pode haver preconceitos, também aqui não haverá direitos de preferência.
De resto, a autarquia ainda não avança nem com linhas gerais sobre o fututo dos equipamentos antes sob a tutela das extintas empresas municipais: «é um processo que está naturalmente em sede própria de discussão interna e de reflexão».
Declarações à margem da apresentação da agenda do Teatro Municipal da Guarda para os últimos meses de 2015. Na capa surge a cantora e compositora Sara Tavares, cujo espectáculo vai assinalar os 816 anos do foral da Guarda, no dia 27 de Novembro. O reconhecimento internacional desta cantora lusófona é a justificação do programador do TMG, Vítor Afonso, para a escolha da cabeça de cartaz.
Já em Outubro outro nome sonante, e um repetente nos palcos do TMG, Rodrigo Leão, subirá ao palco do grande auditório. Em Dezembro, os focos estarão ligados para a peça teatral que envolve dois nomes do humor, Maria Rueff e Joaquim Monchique.
Está também agendado um espectáculo comunitário para o primeiro dia de Outubro, Dia Mundial da Música. A produção tem como título “Sonoguarda – dicotomias do silêncio”, conta com a participação de actores e músicos amadores e é dirigido pelo percussionista Tiago Pereira.
No teatro, além do Calafrio, a nova temporada marca o regresso ao TMG da companhia criada na freguesia da Vela, Gambozinos e Peobardos.
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