Editorial de Luís Baptista-Martins: Estupefacto! - Rádio Altitude

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1. Foi com assombro que ouvi as declarações dos responsáveis do Guarda Desportiva, na Rádio Altitude, no final do dérbi guardense que lhes permitiu sagrarem-se campeões distritais da Guarda. Enquanto celebravam a vitória, jogadores, técnicos e dirigentes, maioritariamente brasileiros, foram ostensivamente insultados e “atacados” por serem… brasileiros.
Ao saber que esta não foi uma situação inédita e que o dia-a-dia do clube tem sido conviver com opróbrios racistas e gritos xenófobos contra imigrantes que são bem-vindos e deviam ser bem recebidos. Não posso ficar indiferente perante o que ouvi e o que me foi relatado. Perante o preconceito e rancor. Solidário com os novos campeões distritais da Guarda, lamento, envergonhado, que a minha comunidade, a minha cidade, a minha região e o meu país tratem assim os imigrantes. Lamento e dou os parabéns ao Guarda Desportiva (e à comunidade brasileira) que, perante o insulto e o vitupério, respondeu com vitórias e trabalho.

2. Dia 3 de maio assinalou-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. «A informação como um bem público» é um dos pressupostos básicos da imprensa e determinante para prossecução da Democracia e da Liberdade.
A imprensa é, por excelência, o último refúgio da liberdade de opinião. É aqui que não tergiversamos, que não abdicamos do direito de informar e ser informados de forma plural e livre, muitas vezes cometendo erros e exageros, mas sempre procurando contribuir para uma sociedade mais esclarecida e plural, mais livre e democrática – não há igualdade, nem democracia, sem liberdade de expressão e sem uma imprensa livre.
Neste tempo difícil, de pandemia e guerra, em que as liberdades parecem ser coartadas e diminuídas em nome de um suposto bem comum, a vida, a nossa e a dos outros, não podemos claudicar perante opressões e totalitarismos – https://ointerior.pt/opiniao/os-moicanos-de-o-interior/

3. Como muito bem destacámos n’O INTERIOR de 20 de abril (https://ointerior.pt/regiao/concluido-estudo-de-viabilidade-tecnica-para-reabertura-da-ferrovia-entre-pocinho-e-barca-dalva/) a reabertura da linha ferroviária entre Pocinho e Barca d’Alva (Linha do Douro) está mais próxima. O estudo para a reabertura foi concluído e, segundo a IP (Infraestruturas de Portugal), apresentado a semana passada à CCDR-Norte, Turismo do Norte e autarquias da região, serão necessários 74,7 milhões para que aquele desiderato seja cumprido.
Este estudo quantifica o investimento necessário para cada um dos itens a implementar para reabrir a linha, desde a via-férrea propriamente dita (17 milhões de euros) à eletrificação (sete milhões), passando pelas obras, estabilização, telecomunicações ou sinalização, etc, mas o mais importante é perceber as conclusões sobre a sua relevância social e económica – não basta haver vontade ou interesse político é preciso demonstrar a sua utilidade e importância socioeconómica. Assim, e de acordo com o documento, «o potencial turístico da Linha do Douro é atualmente uma realidade importante» e a ligação do Pocinho a Barca d’Alva irá «reforçar ainda mais esta vertente e justificar a criação de emprego» numa zona despovoada e há muito votada ao abandono. A reabertura destes 28 quilómetros na margem esquerda do Douro irá potenciar a coesão territorial, o turismo, a economia regional e a valorização do património, para além de constituir um contributo para o combate às alterações climáticas. Apesar de Espanha não manifestar a mesma vontade para reabrir a linha do outro lado da fronteira, a IP sublinha a vocação turística deste projeto que comporta um eixo formado por «quatro destinos classificados pela UNESCO como Património da Humanidade, designadamente, Porto, Douro Vinhateiro, Gravuras Rupestres do Vale do Côa e Siega Verde, bem como Salamanca».
Os passos para a reabertura de uma linha emblemática no Douro Sul e determinante para o desenvolvimento do norte do distrito da Guarda vão sendo dados. Todos, e em especial os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo e de Vila Nova de Foz Côa, ansiamos pela reabertura da linha. O cartaz colocado na estação de Barca d’Alva – “Reabram-me, porra” – está mais perto de se materializar.

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