Uma régie-cooperativa que envolva também os agentes culturais do concelho: o modelo preferido por Álvaro Amaro para o futuro da gestão do Teatro Municipal da Guarda não era possível há um ano, porque colidia com as limitações que tinham levado ao fim das empresas municipais por uma lei de 2012, mas o novo governo, embora mantenha o travão ao sector empresarial local, acaba por reconhecer no orçamento do Estado o carácter de excepção das entidades ligadas actividades culturais ou educativas. Vai, no fundo, ao encontro da luta travada há quatro anos pelos vereadores da Cultura da Guarda, de Sintra e de Guimarães, que então lideraram um movimento nacional por essa distinção, mas que o anterior governo não aceitou. O presidente da Câmara da Guarda que herdou o processo – e que decidiu pela internalização de funcionários – pretende agora avançar para a fase seguinte, relacionada com o modelo de gestão do equipamento, envolvendo quem queira ter uma palavra na área da Cultura. Não se trata de mudar o modelo de programação, assegura Álvaro Amaro, que faz questão de a classificar como «fantástica» e de elogiar publicamente o responsável, Victor Afonso. «Mas se tivermos uma entidade onde muitos outros possam ter assento, poderão vir mais ideias», explica o autarca, fundamentando assim o desejo de «uma gestão mais participada» ao nível artístico. Naturalmente que a Câmara manterá sempre a maioria qualificada e indicará a administração e a direcção do Teatro, mas às entidades culturais que queiram ter uma participação na régie-cooperativa será dada a faculdade de voto na definição da estratégia. Um modelo que começou a ser explicado no início desta semana numa reunião com colectividades e com o auditor que está a fazer o estudo económico e financeiro.
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