Os comentadores do programa de debate político “Quarto Poder” assinalam, como facto relevante da apresentação da candidatura de Carlos Condesso à comissão política distrital do PSD, a não resposta à pergunta sobre o apoio a Carlos Monteiro como possível candidato à Câmara Municipal da Guarda [ver notícia aqui].
Tal não constituiria o facto político se não fosse a circunstância de o próximo líder do partido ser chefe de gabinete do autarca, reconhecem Pedro Pires e Tiago Gonçalves.
Pedro Pires sublinhou inclusivamente que o anterior presidente da Câmara, Álvaro Amaro, não teria tolerado a Carlos Condesso uma atitude semelhante. Existia um grau de lealdade distinto, de que Carlos Monteiro não beneficia na mesma proporção, apesar de ter reconduzido o chefe de gabinete nomeado pelo anterior presidente da Câmara, conclui.
Tiago Gonçalves também admite que a candidatura de Carlos Condesso à distrital do PSD criará «relações hierárquicas muito confusas» com Carlos Monteiro, sendo este um potencial candidato à Câmara, cuja designação caberá à estrutura partidária.
Ainda assim, o comentador da Rádio reconhece que «tomar nesta altura uma posição política em torno já da candidatura à Câmara Municipal da Guarda é colocar aqui já algum tipo de fratura», que não seria benéfica para uma candidatura única, que se proclama «de união» aos órgãos distritais do partido. Sobretudo quando, pelo contrário, as eleições para a concelhia do PSD «estão polarizadas» no apoio, também, a dois possíveis pretendentes a serem candidatos às autárquicas do próximo ano.
Tiago Gonçalves quer também acreditar que a decisão de Carlos Condesso de avançar para a distrital e de não tomar, nesta fase, posição sobre a candidatura à Câmara da Guarda tenha sido «de alguma forma articulada» com Carlos Monteiro, tendo em conta o exercício das funções de chefe de gabinete.
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