Há alguns anos, produtores de azeite do Fundão criaram uma linha específica para promoção numa feira internacional de produtos alimentares em Adu Dhabi, nos Emiratos Árabes Unidos: dentro de cada garrafa introduziram lascas de ouro, de modo a seduzir um público-alvo abastado e excêntrico, que assim perceberia melhor o sentido da expressão "ouro líquido" com que Portugal, um dos maiores produtores mundiais, se refere ao azeite. O retorno foi tal que uma das unidades de produção na Cova da Beira chegou a receber uma proposta de compra por parte investidores árabes. Mais do que o ouro, o que introduziram nas garrafas «foi a inteligência», conclui Vítor Andrade, coordenador da revista económica "Exame" e jornalista especializado no jornal "Expresso" (que nessa qualidade testemunhou e retalou a a história), entrevistado este fim-de-semana no programa Casa da Rádio. Natural – e mais do que natural, militante – da Bandada, Sabugal, o jornalista revela este episódio como excepção na ideia de que a região não sabe dar valor às riquezas que possui. Por pouco, também o cineasta neozeandês Peter Jackson (autor da trilogia cinematográfica «O Senhor dos Anéis») não escolheu Sortelha e as paisagens próximas para rodar a saga.
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