O presidente da federação do PS, José Albano Marques, destaca a «vitória expressiva» de António José Seguro no distrito da Guarda, o único onde o agora secretário-geral cessante conseguiu ganhar. «As seis concelhias onde António José Seguro ganhou conseguiram ter mais mil votantes que as outras oito em que ganhou António Costa», lembra o dirigente, concluindo que «o saldo final só poderá ser mesmo entendido como uma grande vitória de António José Seguro no distrito».
O presidente da Câmara de Fornos de Algodres, Manuel Fonseca, que foi mandatário distrital da candidatura do autarca de Lisboa, faz outra leitura: Seguro «ganhou no distrito mas António Costa conseguiu ganhar em oito concelhos» e contra «o grande trabalho dos apoiantes de António José Seguro, nomeadamente em Celorico da Beira e em Foz-Côa».
Contados os resultados nacionais e esmagadora vitória de António Costa, José Albano Marques não vê razões para colocar o lugar à disposição, pelo facto de a federação da Guarda ter apoiado António José Seguro. Por um lado, explica, «acabei de ser eleito por noventa e cinco por cento dos militantes». Por outro, «sempre disse que trabalharia no dia 29 com o candidato [a primeiro-ministro] que o Partido Socialista viesse a indicar».
Manuel Fonseca concorda que José Albano deve manter-se no lugar mas considera que «há sinais que o presidente da federação tem que verificar».
Também já não será na qualidade de secretário-geral que António José Seguro tornará pública a leitura dos acontecimentos que levaram à derrora do PS na Guarda, nas autárquicas de 2013. Há algumas semanas prometeu falar disso «um dia» e ontem, após ter votado, voltou a deixar «para mais tarde» o que disse serem «assuntos locais».
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