Os vereadores do PS e PSD na Câmara da Guarda acusaram, esta segunda-feira, o presidente do município de «populismo fácil e muitas promessas não cumpridas». Chegaram mesmo a comparar a estratégia de Sérgio Costa à do presidente do Chega, André Ventura, sublinhando que o autarca guardense «usa o mesmo modelo» assente na «demagogia».
Sobre o facto de ambas as forças políticas usarem o mesmo argumento para criticarem o presidente do executivo, a vereadora socialista justificou que «seguramente cada um de nós pensou pela sua cabeça, mas se duas estruturas diferentes pensam da mesma maneira, certamente alguma coisa haverá». No final da reunião, Adelaide Campos referiu aos jornalistas que «basta ver as fotografias que são colocadas nas páginas de Internet do município para perceber que, aqui e ali, o presidente da Câmara está constantemente a fazer promessas, a dar explicações fáceis e a entregar um envelopezinho para a agremiação, mas de concretizações não existe nada». Adelaide Campos acrescentou ainda que o presidente «andar a afirmar coisas simples, facilmente aceitáveis pelas pessoas, como dizer que o Hotel Turismo está muito atrasado e que a Enatur não fez nada, é a mesma coisa que André Ventura afirmar que vai arranjar 12 milhões de euros sem dizer onde e como os vai gastar».
Também o vereador do PSD Carlos Chaves Monteiro considerou que Sérgio Costa «é uma espécie de André Ventura 2.0», sublinhando que «entre os dois, há, na verdade, uma diferença. André Ventura não governa e o presidente da Câmara da Guarda governa um município, mas faz muito menos do que qualquer líder partidário que quer atingir o poder». O social-democrata afirmou que «temos vindo a assistir a uma narrativa e verbalização constante de ideias, projetos e previsões, mas de concretização, absolutamente zero». Carlos Chaves Monteiro acusou ainda Sérgio Costa de «fazer tudo no recato e à porta fechada», como, por exemplo, «não poder dizer quais as empresas que estão interessadas no Hotel Turismo e que conclusões saíram da auditoria sobre os recursos humanos contratada à empresa Deloitte, etc.».
Sérgio Costa rejeitou as críticas e sustentou que «quando não há argumentos para o trabalho que está a ser feito, lá vem a Cassete» e a Guarda «já está farta desta mesma Cassete dos representantes dos partidos da oposição», sublinhando que «não sei se estão preocupados por as sondagens para as legislativas apontarem que André Ventura poderá ter uma subida vertiginosa». O autarca chamou a atenção a PS e PSD para que «não queiram transportar a política nacional para a câmara da Guarda, porque nunca irei permitir que isso aconteça», referiu, enquanto lembrou que «fui eleito por um movimento independente e, como tal, não irei imiscuir-me na campanha eleitoral. O presidente da Câmara foi eleito para governar para as pessoas e com as pessoas», assegurando que «continuarei a governar com a mesma força, a mesma resiliência e determinação rumo ao futuro».