A comissão política concelhia do Partido Socialista toma posição sobre a assinatura do contrato do Hotel de Turismo da Guarda e é a única estrutura partidária ou governamental a responder ao desafio feito pelo PSD a várias vozes no fim-de-semana [ver notícias anteriores aqui, aqui e aqui].
Em entrevista à Rádio, poucas horas depois de ter tornado público um comunicado sobre o assunto, o presidente da concelhia, Agostinho Gonçalves, garante que o que aconteceu em Lisboa, nos serviços do Turismo de Portugal, na passada sexta-feira não passou de uma formalidade administrativa que não necessitava de expressão pública. O presidente da Câmara da Guarda não teria de ser convidado, até por uma razão de fundo que o dirigente socialisa resume numa pergunta: o que fez Álvaro Amaro «para esta solução?».
Diferente será o início das obras, que Agostinho Gonçalves adianta que acontecerá na presença da secretária de Estado do Turismo e de todos os intervenientes e interessados. E essa será a única cerimónia a decorrer na Guarda, após a da assinatura do memorando entre os ministérios das Finanças e da Cultura, o Turismo de Portugal e a Câmara da Guarda, em Julho de 2017, que marcou a inclusão do imóvel no programa REVIVE.
O presidente da concelhia do PS procura desmentir que actos semelhantes tenham acontecido em relação aos concursos já lançados no âmbito do mesmo programa, nomeadamente em Elvas e nas Caldas da Rainha, ao contrário do que Álvaro Amaro e o presidente da concelhia do PSD, Tiago Gonçalves, tinham afirmado para assinalar a diferença de tratamento por parte do Governo na assinatura do contrato de concessão da unidade hoteleira.«Nas Caldas da Rainha o que houve foi só a assinatura de um memorando», tal como aconteceu na Guarda, garante o líder dos socialistas.
Mas é na própria página do REVIVE na Internet que que pode ler-se que, concluído o concurso e escolhido o vencedor, «no dia 8 de Setembro de 2017 foi assinado o contrato de concessão para a instalação de um estabelecimento hoteleiro nos Pavilhões do Parque D. Carlos I» ao grupo Visabeira, em cerimónia que teve lugar na Câmara Municipal daquela cidade. Tal como a 21 de Outubro de 2017 seria assinado em Elvas, com a presença do ministro da Economia (e da secretária de Estado do Turismo), o contrato para a concessão do Convento de São Paulo ao grupo Vila Galé. Assinaturas formalmente equivalentes à que foi realizada em Lisboa, no passado dia 4 de Maio, para a concessão do Hotel de Turismo da Guarda ao grupo MRG.
Confrontado com estes factos, o presidente da concelhia do PS diz fazer uso da informação que lhe foi oficialmente prestada pelo próprio gabinente da secretária de Estado do Turismo, referindo-se apenas a cerimónias onde Ana Mendes Godinho marcou presença. Não foi o caso da assinatura do contrato nas Caldas da Rainha, onde a governante só compareceu na assinatura do memorando entre as entidades, reiterou.
Nega, também, que alguma estrutura do Partido Socialista a nível local tenha feito pressão junto do Governo para a que o contrato de concessão do hotel não fosse assinado na Guarda.
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