O Partido Socialista apresentará uma queixa-crime ao Ministério Público, além de participações a outras entidades, se a obra de requalificação do edifício dos antigos Paços do Concelho, na praça Luís de Camões, «não cumprir regulamentos» de intervenção em imóveis no centro histórico. O aviso foi feito por Joaquim Carreira na sessão da Assembleia Municipal da passada sexta-feira. «Eu próprio e a bancada do PS nesta assembleia não hesitaremos em participar desta grave ilegalidade», declarou o arquitecto. O Partido Socialista a nível concelhio ficou assim vinculado ao anúncio, uma vez que da bancada faz também parte o presidente da comissão política, Agostinho Gonçalves. O antigo vereador fez uma intervenção acerca dos trabalhos de requalificação urbana que o município já realizou ou planeia e não poupou nos termos contra o presidente da Câmara, Álvaro Amaro, de quem referiu que «nesta matéria só oiço asneiras, mas completamente». E foi neste tom – que declarou ser para «despertar consciências, em especial as mais teimosas» de «um eleitorado desatento» – que Joaquim Carreira criticou os projectos concebidos por colegas de profissão «que vêm de Cascais ou Matosinhos» e que o presidente da Câmara «carrega». E toda a intervenção prosseguiu neste registo, sobretudo quando criticou o projecto apresentado para o Largo da Misericórdia. Acerca da solução de anfiteatro para compensar o declive do local, chegou a questionar se servirá «para assistir sentado à saída das cerimónias fúnebres». O único elogio de Joaquim Carreira foi para a requalificação do Jardim José de Lemos, espaço público onde reconhece «como principal virtude a tentativa de o tornar contemporâneo e o adaptar aos tempos modernos». Na resposta, Álvaro Amaro desafiou o socialista a colocar também em discussão pública «os projectos que fez para a Câmara, que a Câmara lhe pagou e que a Câmara não executou».
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