As eleições para presidente da federação distrital da Guarda do Partido Socialista são na próxima sexta-feira mas houve já uma de espécie de primárias, que deram indicadores sobre os apoios com que cada candidato conseguirá contar no congresso federativo marcado para 24 de Março.

A entrega de listas de delegados a essa reunião magna dos socialistas do distrito terminou no final da semana passada e Alexandre Lote consegue para já a dianteira do processo: o vereador da Câmara Municipal de Fornos de Algodres apresentou candidaturas em todas as 14 concelhias.

Foi o único, pois nem José Luís Cabral nem Pedro Fonseca alcançaram assim o pleno. O antigo vice-presidente da Câmara de Celorico da Beira fica em segundo lugar nesta etapa inicial, e o vereador da Câmara da Guarda surge em último.

José Luís Cabral conseguiu apresentar listas de delegados ao congresso federativo em 11 concelhos: Vila Nova de Foz-Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Aguiar da Beira, Trancoso, Celorico da Beira, Gouveia, Seia, Sabugal, Fornos de Algodres e Manteigas. Guarda, Almeida e Meda são as concelhias onde não conseguiu formar listas.

Pedro Fonseca leva candidatos a delegados na Meda e em Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Trancoso, Gouveia, Seia, Manteigas, Guarda e Almeida. São ao todo 9, ficando a faltar Vila Nova de Foz Côa, Fornos de Algodres, Aguiar da Beira, Celorico da Beira e Sabugal.

Há 645 candidatos a delegados ao congresso federativo. 348 concorrem pela moção de Alexandre Lote, 152 por José Luís Cabral e 145 por Pedro Fonseca.

Se todas as listas forem aceites, há seis concelhias onde os três candidatos conseguem propor delegados: Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Trancoso, Gouveia, Seia e Manteigas. Nalguns casos, o número de militantes é tão reduzido que este facto chega a ser surpreendente. Mas a explicação, segundo a Rádio apurou, prende-se com alguma tolerância por parte da Comissão Organizadora do Congresso, presidida por Rita Mendes (de Aguiar da Beira) e formada por representante das três candidaturas. Não vai ser necessário, por exemplo, apresentar o número exigido de suplentes nos concelhos com menor militância.

Outro dado relevante é o número de militantes em condições de votar (ou, seja, com as quotas pagas): 1.666 em todo o distrito.

Destes, só os filiados na concelhia da Guarda são nada menos que 460.

Trata-se de aumento significativo em relação aos 340 que puderam votar nas recentes eleições para a comissão política concelhia, a 19 de Janeiro [ver notícia aqui].

A Guarda torna-se assim na maior estrutura do distrito, deixando para trás Celorico da Beira (onde só 258 militantes têm as quotas em dia para estas eleições).

A terceira maior estrutura é a de Seia, com 183 militantes, seguida de Vila Nova de Foz Côa (com 140), Figueira de Castelo Rodrigo (98), Fornos de Algodres (96),  Meda (76), Gouveia (75), Trancoso (60),  Aguiar da Beira (57), Manteigas (48), Sabugal (41), Almeida (40) e Pinhel (34).

A Guarda parece ser o novo fenómeno, condição que durante os últimos anos pertenceu a Celorico da Beira.

A filiação massiva no último ano e meio [ver notícia aqui] fez engrossar significativamente o número de militantes. Nas eleições para a concelhia, em Janeiro, eram 226 os novos filiados em condições de votar, num total de 340 com as quotas em dia. 259 responderam à chamada (76 por cento do total), tendo 201 elegido Agostinho Gonçalves e 53 votado em Nuno Laginhas. Houve ainda 3 votos nulos e 2 em branco.

Como irão votar agora os 460? Fontes ligadas às várias candidaturas anteveem que na concelhia da capital do distrito a disputa será entre Pedro Fonseca e Alexandre Lote. E admitem que a margem de crescimento possa estar mais ao alcance do vereador da Câmara de Fornos de Algodres, que poderá ter entre 120 e 150 votos.

Quanto a Pedro Fonseca, deverá conseguir fidelizar os que com ele entraram no partido desde o Verão de 2016, podendo obter um resultado entre 220 e 250 votos, tomando como garantidos os 201 que elegeram Agostinho Gonçalves para a concelhia.

Mas ainda que possa  verificar-se esta diferença entre ambos na Guarda, as mesmas fontes adiantam à Rádio que, pela análise da votação potencial nos outros concelhos, Alexandre Lote terá fortes possibilidades de sair vencedor das eleições para presidente da federação, na próxima sexta-feira. Poderá é ter de ir a uma segunda volta e, nesse cenário, resta saber quem com ele a disputará e para que lado penderá o apoio do candidato que tiver ficado para trás.

Mas tudo isto é mera conjectura. Já se sabe que, em eleições internas de partidos, não há ciência exacta nem prognósticos fiáveis. Muito menos nesta situação inédita de haver três os candidatos à presidência da federação distrital da Guarda do Partido Socialista.

As eleições e o futuro do PS no distrito fazem o tema da edição do Fórum Altitude da próxima quarta-feira, em directo na Rádio, a partir das 11h da manhã.

Os três candidatos à presidência da federação (Alexandre Lote, José Luís Cabral e Pedro Fonseca) foram convidados para estarem em estúdio.

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