Mais de um ano depois de a ministra Marta Temido ter comunicado, em Maio de 2019, que a Unidade Local de Saúde da Guarda tinha autorização para «estabilizar o projecto a executar» com vista à requalificação do Pavilhão 5 do Hospital Sousa Martins [recordar notícia aqui], dando assim abertura para um investimento estimado em 5 milhões de euros, foi ontem aberto o concurso para «Elaboração de Estudos e Projetos para a Requalificação do Edifício 5 do Hospital Sousa Martins para Instalação do Departamento da Criança e da Mulher».
O anúncio publicado esta quinta-feira no “Diário da República” é para uma aquisição de serviços pelo valor base de 146.341,46 euros, com o prazo de execução de 120 dias (quatro meses). Isto pode significar que no final do ano os projectos estarão concluídos.
A ideia de de requalificar aquele pavilhão do Hospital da Guarda para concentrar todas as valências da saúde materno-infantil foi assumida em 2015 pelo anterior conselho de administração da ULS, presidida por Carlos Rodrigues [recordar notícia aqui].
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, tinha em 2012 ordenado o cancelamento da empreitada da segunda fase da ampliação e remodelação do Hospital da Guarda, que contemplaria a requalificação dos blocos de 1997 (o pavilhão 5) e de 1953 (conhecido como “comboio”). Mas após a inauguração do edifício novo, em Junho de 2014, o membro do Governo da coligação PSD/CDS admitia necessidade de pequenas obras [recordar notícias aqui e aqui].
Uma das primeiras foi a construção de uma cozinha e de um refeitório, que funcionava provisoriamente em contentores.
A seguir foi reconstruída cobertura do pavilhão 5. Alguns dos antigos blocos operatórios tinham chegado a encerrar devido à chuva que se infiltrava no interior do edifício.
Em Novembro de 2016 o conselho de administração consignava a elaboração do projecto de remodelação do edifício [recordar notícia aqui], para a função de nova Maternidade a restantes valências relacionadas como a mulher e a criança.
A equipa de Carlos Rodrigues seria substituída em Março de 2017. Pouco depois, a nova administração, presidida por Isabel Coelho, recebia a notícia do chumbo do financiamento do projecto [recordar notícia aqui].
Mas este foi o projecto retomado e não voltou a ouvir-se falar da segunda fase interrompida em 2012.
Em 2018 foi formado um Movimento de Apoio à Saúde Materno Infantil, que passou a reivindicar as obras no Pavilhão 5 (e levou mesmo uma petição nesse sentido à Assembleia da República, após reunir cerca de 16 mil assinaturas), não se referindo, também, ao projecto global abandonado pelo anterior Governo.
Salvo raras vozes que reclamavam o retomar do programa funcional inicial, como por exemplo Virgílio Bento ou Adelaide Campos [recordar aqui, aqui e aqui], a requalificação do pavilhão 5 passou a ser assumida como a obra de fundo no Hospital da Guarda, mesmo entre as estruturas locais do Partido Socialista (cujo Governo liderado por José Sócrates tinha iniciado em 2009 as obras de ampliação e remodelação integral da unidade, em duas fases).
Na campanha para as eleições legislativas de 2015, o primeiro-ministro, António Costa, voltaria à promessa da segunda fase [recordar notícia aqui]. Perante as dúvidas, o Partido Socialista esclareceria na Assembleia Municipal: o pavilhão 5 será «a primeira fase da segunda fase» [recordar notícia aqui]. Que entra agora em concurso para estudos e projecto.