O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, veio ontem à Guarda encerrar o Congresso sobre Coesão Territorial, organizado pela estrutura nacional da JSD. Cerca de três centenas de participantes, de vários pontos do país, estiveram a debater temas relacionados com o desenvolvimento regional, as assimetrias, a descentralização e a aplicação de fundos comunitários. Num dos discursos do encerramento, falando enquanto presidente da Câmara da Guarda e dos autarcas social-democratas, Álvaro Amaro chamou a atenção para a estimativa da diminuição do número de alunos a frequentar o ensino básico e secundário na região nos próximos quinze anos. No que se refere ao concelho da Guarda a previsão é a de que dentro de década e meia haja menos 35% da população em idade escolar. Sublinhou, por isso, que a exigência de medidas de coesão será uma marca do novo mandato como presidente da Câmara, se for reeleito. E assim recordou que é candidato, talvez esperando dar o mote a Pedro Passos Coelho, que fechou os trabalhos do congresso. Mas se esperava do líder do PSD uma palavra pública de incentivo, Álvaro Amaro não a teve. O ex-primeiro-ministro reservou-se e na intervenção de mais de meia hora dedicou à Guarda apelas a formalidade dos cumprimentos. Sobre a recandidatura do autarca que há quatro anos derrubou o bastião socialista, nem uma palavra. E também passou ao lado das preocupações de Amaro sobre a diminuição da população em idade escolar. Passos Coelho falou sobretudo para a audiência nacional, criticando o governo sobre a transferência de competências para as autarquias. A intervenção do PSD não teve assim nenhum foco local concreto nem uma atenção especial para o presidente do município anfitrião. Sinal de que não terá gostado da decisão de Álvaro Amaro concorrer de novo à Guarda, quando esperaria apresentá-lo como “cartada” para jogar em Coimbra?
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