Há cinquenta anos o país vivia nesta semana «uma ilusão». A campanha para a eleições legislativas de 26 de Outubro de 1969 prometia ser um quadro da esperançosa “Primavera Marcelista” e na Guarda, como em todo o país, um grupo de oposicionistas ao regime respondia à chamada e organizava-se para uma lista à então Assembleia Nacional. Era encabeçada por César Tavares e integrava João Gomes, Luís Baeta de Campos, Manuel Tavares Lopes, Silvina Almeida e António Rabaça Pereira. Um momento importante para a conquista da Democracia (que aconteceria cinco anos depois), que vai ser recordado no dia em que se completarem os 50 anos, com um almoço na Guarda, aberto a figuras que intervieram na candidatura ou a familiares. António José Dias de Almeida é um dos promotores e, em entrevista à Rádio, lembra os episódios que rodearam aquelas eleições que Marcelo Caetano prometera livres e justas («tão livres como na livre Inglaterra», teria assegurado o sucessor de Salazar). Mas não o foram. E a oposição não elegeu um único deputado em todo o país. Na Guarda o mais próximo foi a entrada de Francisco Pinto Balsemão na lista do regime pelo distrito, tornando-se depois num dos deputados da “ala liberal” e fundador do semanário Expresso.
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