Foi um sinal deixado com subtileza na reunião da Câmara desta semana. A propósito da entrega da medalha de honra da cidade ao Cardeal José Saraiva Martins [ver notícia anterior aqui], que o executivo aprovou por unanimidade, Álvaro Amaro anunciou também que vai propor à Comissão de Toponímia a atribuição do nome do membro da Cúria Romana, natural de Gagos (Jarmelo, concelho da Guarda), a uma rua ou avenida da cidade, e que estas homenagens serão prestadas em dois tempos: o presidente da Câmara irá ao Vaticano entregar a medalha em mão mas só descerrará a placa toponímica quando o próprio cardeal se deslocar à Guarda, em Agosto do próximo ano. Esta precisão no calendário não terá sido referida ao acaso: sem ter recorrido, sequer, a ressalvas («esteja quem estiver aqui» nem «onde quer que eu esteja», como noutras ocasiões tem dito), Álvaro Amaro deixou uma espécie de recado aos que o dão com estando de saída do cargo de presidente da Câmara para, eventualmente, integrar a lista do PSD ao Parlamento Europeu nas eleições que terão lugar em Maio ou Junho de 2019. Um recado para quer quiser entendê-lo: tanto será para a oposição como para dentro das próprias fileiras da actual maioria autárquica na Guarda. De resto, esta foi uma reunião marcada por outras expressões que podem ter leitura política à margem do contexto: ainda a propósito de toponímia, e do retomar da escolha de uma avenida que levará o nome de Mário Soares, o presidente da Câmara garantiu que «raras são as coisas que me caem no esquecimento». Outro recado?
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