Ainda não foi esta semana que a Câmara da Guarda aprovou as novas taxas a pagar pelos comerciantes para afixação de toldos e suportes publicitários no exterior das lojas. A discussão na reunião do executivo já tinha sido adiada de 29 de Março para ontem porque na altura foi admitido que os valores contemplados na proposta seriam exageradamente elevados – um «erro técnico», foi então justificado. Mas esta segunda-feira a versão corrigida não trazia os novos preços, pelo menos na documentação entregue aos vereadores da oposição. Outro «erro técnico», reconheceu o presidente da Câmara, que ordenou novo adiamento, mesmo depois ter mandado facultar as folhas em falta. Os vereadores do PS têm, porém, outra leitura: suspeitam de que a maioria quisesse vinculá-los, por falta de informação, a uma decisão que Joaquim Carreira garante que, tal como estava para ser tomada, iria representar um «enorme aumento» das taxas, que os eleitos socialistas não estão dispostos a acompanhar. «Há quem diga que é justo porque o que se paga é muito pouco», refere o vereador, rejeitando tal conclusão e sugerindo que «o melhor é perguntar aos comerciantes se estão de acordo». Joaquim Carreira diz ler na nova tabela um valor de cerca de 27,94 euros por cada metro quadrado até aos primeiros seis metros quadrados de área ocupada e 5,15 euros por cada metro seguinte, o que, nos cálulos do vereador, fará com que os estabelecimentos «vão pagar muito mais». Contas que Álvaro Amaro rejeita mas que, diz, serão esclarecidas na próxima sessão da Câmara. Por agora, o presidente da autarquia reclama que «fomos nós que detectámos a situação [os erros técnicos] e fomos nós que quisemos corrigir a situação».
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