A ministra da Saúde disse esta terça-feira que estão para breve mudanças na administração da Unidade Local de Saúde da Guarda. Em declarações aos jornalistas, Marta Temido confirmou a saída da equipa liderada por Isabel Coelho, em funções desde 2017 e que terminou o mandato a 31 de Dezembro do ano passado.
Vai ser mesmo feita a substituição, indicou a governante, pondo desta forma fim às expectativas de continuidade de alguns membros do conselho de administração. Embora a própria presidente, num comunicado divulgado também hoje, faça questão de lembrar que «a comissão de serviço terminou no dia 31 de Dezembro de 2019, estando desde essa altura a aguardar substituição».
Este desfecho, numa unidade de saúde que tem estado na primeira linha do combate à pandemia de covid-19 e que ainda recentemente recebeu o pouco habitual elogio público da Ordem dos Médicos [ver notícia aqui], por ser precipitado por uma polémica que levou à demissão em bloco da comissão, criada no início de Março, para dar resposta à doença. Uma demissão relacionada com diversências com o conselho de administração da ULS.
O diretor do serviço de pneumologia e coordenador da equipa, Luís Ferreira, não quis explicar, em declarações à Rádio, os motivos concretos que estiveram na origem da decisão, apenas conmfirmando a existência de desentendimentos. O médico pneumologista refere que nos cerca de três meses em que a comissão esteve a trabalhar foi enfrentado o período crístico de uma pandemia que está, agora, a acalmar.
O restantes elementos da comissão demitiram-se em solidaridade com o coordenador: Adelaide Campos (diretora do Serviço de Urgência), Luísa Lopes (diretora Unidade de Cuidados Intensivos), Catarina Quinaz (infeciologista), João Correia (diretor do Serviço de Medicina Interna), Alcina Tavares (coordenadora do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções), Ana Isabel Viseu (coordenadora da Unidade de Saúde Pública) José Valbom (delegado de Saúde do concelho da Guarda) e os enfermeiros Júlio Salvador e Vítor Salomé.
No comunicado tornado público hoje, a administração da Unidade Local de Saúde garante que «nunca retirou a confiança a esta Comissão ou a qualquer dos seus membros em particular». Antes pelo contrário: «não se cansa de enaltecer e agradecer o seu trabalho exemplar ao longo destes difíceis meses».
Sobre a possibilidade de integrar o próximo conselho de administração, Luís Ferreira diz que não está no horizonte: nem para presidente nem para director clínico (cargo que, de resto, já exerceu). Isto em resposta ao facto de ser um dos nomes apontados para suceder a Isabel Coelho.
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