Cerca de metade do edifício do Hotel de Turismo da Guarda, concessionado em 2018 ao grupo MRG ao abrigo do programa Revive, poderá ser destinada a «componente não hoteleira», recebendo outras funções de modo a garantir o uso total do imóvel e a sustentabilidade da intervenção, nos termos do concurso aberto pelo Turismo de Portugal há exactamente dois anos, a 1 de Agosto de 2017, que já contemplava a “constituição de um direito de superfície que tem como objeto o imóvel denominado ‘Hotel de Turismo da Guarda’, com vista ao desenvolvimento da reabilitação, requalificação e outras obras que sejam necessárias para a posterior exploração de um empreendimento turístico hoteleiro, que não pode ocupar uma área bruta de construção inferior a 50,1% do imóvel” [ver aqui]. Na entrevista que deu à Rádio enquanto cabeça de lista do PS pela Guarda às próximas eleições legislativas, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, confirmou que «estão a ser equacionadas duas utilizações que podem ser admitidas»: uma residência para estudantes e um equipamento na área da Saúde, eventualmente clínica médica ou centro de bem-estar (spa) e ginásio. Essas valências ocupariam a parte traseira do edifício, com entrada pelo Largo de São Francisco. A recuperação para fins hoteleiros deverá privilegiar o bloco principal, com frente para a Praça do Município, o único que tem verdadeiro valor histórico e arquitectónico. «A entidade que ganhou o concurso tem estado a desenvolver o próprio progarama de intervenção no imóvel», refere Ana Mendes Godinho, confirmando que o grupo com origem em Seia (liderado pelo antigo presidente do NERGA, Fernando Gouveia) «tem estado a desenvolver contactos com possíveis parceiros» para garantir a parte não hoteleira. A secretária de Estado esclarece, contudo, que «mesmo para que esta parceria seja desenvolvida tem de haver acordo do Governo». E assegura que «tenho estado a acompanhar permanentemente» o processo, para «garantir que vamos resolvendo os problemas».
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