Onde estavam as organizações representativas dos médicos e dos enfermeiros e os partidos políticos quando o então ministro Paulo Macedo mandou parar as obras do novo Hospital da Guarda e cancelar a segunda fase? A pergunta é feita publicamente por Virgílio Bento, perante os actuais protestos contra o estado da saúde no distrito. Na edição desta semana do programa “O Mundo Aqui”, o antigo vice-presidente da Câmara da Guarda acusa os partidos do poder de terem culpas por esta situação: o PSD e o CDS porque permitiram que a obra parasse; e o PS porque não exigiu ao actual Governo que ela continuasse, aparentemente conformados com a remodelação do chamado Pavilhão 5, um projecto lançado há dois anos pelo anterior conselho de administração da ULS. E garante que o custo do cancelamento da empreitada foi muito superior, tendo em conta que o Estado apenas se responsabilizaria pela componente nacional do financiamento comunitário. Virgílio Bento elogia os intervenientes na decisão de construção do novo Hospital, tomada a partir de 2005, não deixando de destacar que a Guarda deve estar grata ao então primeiro-ministro, José Sócrates, mesmo que ele tenha «caído em desgraça». E lamenta as críticas de que o actual conselho de administração da Unidade Local de Saúde, presidido por Isabel Coelho, tem estado a ser alvo até por parte das estruturas locais do Partido Socialista. «É quem tem menos responsabilidade», sublinha, em «decisões que são políticas e devem ser exigidas ao Governo».
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