As intervenções em cada celebração do aniversário da Polícia de Segurança Pública no distrito da Guarda parecem tiradas a papel-químico (ou a copy-paste): há décadas que a carência de efectivos e a necessidade de novas instalações são referidas como prioridades. E cada protagonista faz a sua parte: o comandante distrital reivindica; o presidente da Câmara promete colaboração na procura de um espaço; o representante da direcção nacional da PSP assegura que tudo está em estudo e que haverá soluções em breve. Nas comemorações do 135º aniversário, ontem em Gouveia, os discursos não sairam deste alinhamento. Como uma diferença: pareceu esquecido o acordo, revelado na celebração de 2018, para a concentração das diferentes unidades do comando distrital num só edifício, que ocuparia o terreno do antigo matadouro municipal da Guarda [recordar aqui]. A Câmara tinha declarado que cederia o imóvel, o comandante da PSP elogiava o que considerava ser uma solução adequada e o subdirector nacional não só acolhia a ideia como, em relação à carência de recursos humanos, anunciava a vinda de novos agentes num curto espaço de tempo. Passado um ano, se não fosse o actual presidente da Câmara a lembrar que a autarquia continua disponível para ceder o antigo matadouro, o tema não seria sequer mencionado. E o figurino da cerimónia foi rigorosamente o do costume: pedido de meios e alerta para a necessidade de novas instalações por parte do comando distrital; e promessa de análise pela direcção nacional. Mais do mesmo, há pelo menos trinta anos.
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