A requalificação de duas rotundas na entrada da Guarda – a do cruzamento para o Alvendre, à saída da A25; e a do Rio Diz, no início da VICEG – vai custar 428 mil euros, de acordo com a decisão tomada ontem na sessão da Câmara, apenas com os votos da maioria PSD/CDS. Mas à rotunda do Rio Diz há que acrescentar 92 mil euros para uma escultura em bronze, a simbolizar uma mão aberta. A outra rotunda também levará uma "obra de arte" inspirada no cristal mas de valor por enquanto não quantificado, uma vez que está a ser desenvolvida internamente. Por tudo isto, o vereador Joaquim Carreira, do PS, quantificou em mais de um milhão de euros o valor já gasto neste mandato em «estátuas e amanho de rotundas». Na mesma sessão o arquitecto votou, juntamente com a colega de bancada, Graça Cabral, a favor da construção de uma rotunda na Dorna, na confluência das avenidas Sá Carneiro e Afonso Costa. Mas nesses caso, ressalvaram, trata-se de uma necessidade de «ordenamento viário». Já as outras intervenções são um exagero face ao estado das contas da autarquia, considera o vereador do PS. Joaquim Carreira ironiza mesmo, recorrendo à imagem da estátua da mão aberta de bronze que em breve estará na rotunda do Rio Diz: «percebemos que este executivo tem a mão aberta, apesar de estar em processo de saneamento financeiro. Olha se não estivesse!». Argumento a que Álvaro Amaro começa por responder no plano da simbologia partidária: «eu até percebo que isso lhes doa [ao PS] um bocadinho» mas «lá tive o cuidado de lhes explicar que é uma mão aberta», aludindo ao símbolo do Partido Socialista (a mão fechada). O presidente da Câmara vai depois ao ponto de exortar a oposição a «juntar-se à felicidade, à alegria e à satisfação das pessoas», que garante sentir na reacção a estas obras e a outras obras. De resto, o autarca diz haver disponibilidade financeira «para fazermos coisas que consideramos muito importantes no rumo que traçámos de estimular a economia e aumentar o poder atracção». É nesta estratégia que se enquadram as estátuas e a reaqualificação das duas rotundas, afirma. Não havia alternativas? Amaro responde com uma pergunta: «Qual seria? Não fazer lá nada e pormos lá as ovelhas a pastar?». Trata-se da principal entrada da cidade, reforça.
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