Não é por ter entrado em funções um novo conselho de administração na Unidade Local de Saúde que as obras da segunda fase do Hospital da Guarda vão avançar no imediato. A presidente, Isabel Coelho, foi hoje a convidada do espaço de grande entrevista da Rádio e deixou claro que o programa funcional abandonado por administrações anteriores «está ultrapassado» e que é necessária uma «definição estratégica» da política de saúde, que não compete à ULS mas aos decisores políticos. Só depois se decidirá o que fazer em matéria de instalações. Para já, o plano de requalificação do antigo edifício das urgências deverá prosseguir, até porque deverá obter o financiamento comunitário do programa operacional para a Região Centro. Mas o foco prioritário da acção da médica está nas pessoas: duas semanas depois de ter entrado em funções, Isabel Coelho ainda está a percorrer uma instituição que ocupa os 14 concelhos do distrito. Quer afastar todos os cenários de lutas internas e guerrilha política. E embora reconheça que esse ambiente faz parte do historial da organização, diz-se empenhada em combatê-lo através do diálogo. Uma Unidade Local de Saúde voltada para o utente – é o desígnio do novo conselho de administração, sem perder de vista a necessária articulação com outras unidades da região. Há cada vez menos pessoas e alguma coisa tem de ser feita a uma escala de parceria, sob pena de o próprio sistema público de Saúde ficar em risco, alerta. E em semana de aniversário (faz esta quinta-feira 110 anos que o Sanatório Sousa Martins foi inaugurado pelos reis D. Carlos e D. Amélia) o maior presente que a médica gostava de receber era o respeito da Guarda pelas próprias estruturas que prestam cuidados médicos. Reconhece que não gosta de ver os velhos pavilhões e outros lugares históricos do Parque da Saúde ao abandono mas esclarece que a ULS não tem recursos para os recuperar. Esse é um investimento que tem de partir de outras fontes e de outros poderes, locais ou nacionais. As pessoas são a prioridade, sublinha.
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