A IBM Portugal inaugurou na segunda-feira um centro de inovação e tecnologia no Fundão dedicado a áreas como a inteligência artificial (IA) ou a “cloud”. O investimento ultrapassa o milhão de euros, verba comparticipada pela União Europeia (UE) em 85 por cento, e poderá criar até 150 empregos.
Gerido pela Softinsa, empresa do grupo IBM, o espaço resultou de uma parceria entre a autarquia, a IBM Portugal e a subsidiária da tecnológica. «Este é um bom exemplo da aplicação de fundos europeus», disse a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, durante a inauguração do centro, que começa a trabalhar com 50 trabalhadores. O projeto está instalado no Design Factory, que resultou da reabilitação do Solar Vaz de Carvalho, antigo Colégio de Santo António, no centro histórico da cidade. O espaço acolhe ainda o Centro de Estudos do Território, Mobilidades e Património (CETMOPA), que recebeu o acervo de Hugues de Varine, museólogo francês que o doou ao concelho do Fundão, um espaço de “cowork”, uma incubadora de empresas e um laboratório de inovação social.
Na sua intervenção, Ana Abrunhosa destacou «o atrevimento» e a «capacidade de visão» do presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, dizendo que «ainda bem que, desde muito cedo, começou a ser atrevido e hoje é seguido por outros. No Fundão tivemos uma liderança que teve estratégia, soube rodear-se dos parceiros certos e não desistiu». A governante salientou também o facto da IBM Portugal e a Softinsa criarem centros tecnológicos no interior do país. Já o presidente da IBM Portugal, Ricardo Martinho, adiantou que o centro do Fundão possui capacidade para receber até 150 funcionários e que a empresa vai abrir um novo centro tecnológico no país, mas sem revelar quando e onde. Para já, a IBM possui centros tecnológicos a funcionar em Tomar, Viseu, Fundão, Portalegre e Vila Real.
«Orgulhoso» dos fundanenses estava Paulo Fernandes. O autarca afirmou que «ao Fundão nunca nos foi dado nada. Nós tivemos sempre de lutar a pulso por tudo aquilo que aqui fomos conquistando». O edil considerou que, com este projeto, o Fundão está no «bom caminho»: «Um centro de 50 pessoas já é de dimensão e pode ir até aos 150 postos de trabalho. A abordagem é esta. É crescer sempre de forma sustentável, continuar a ser um ponto de referência para que talento do mundo inteiro – atualmente temos cerca de 70 nacionalidades no concelho – aqui possa viver e trabalhar», declarou.