Na cerimónia que assinalou os 10 anos do Museu do Côa, o presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, destacou «a coragem» de António Guterres (actual secretário-geral da Organização das Nações Unidas) quando há 25 anos (como primeiro-ministro) decidiu suspender a construção da barragem hidroeléctrica a favor da preservação das gravuras rupestres.
Bruno Navarro destacou também a posição assumida pelos governos, desde 2016, na defesa dos projectos do vale do Côa e da própria Fundação Côa-Parque.
Os apoios públicos e privados têm sido muito importantes nesta evolução positiva da Fundação que gere o Parque Arqueológico e o Museu do Côa, referiu igualmente o responsável.
O presidente da câmara de Foz Côa, Gustavo Duarte, também sublinhou o empenho dos últimos governos na defesa do património do Vale do Côa e sobretudo no apoio à Fundação.
Agora, finalmente, todo este projecto está em velocidade de cruzeiro, reconhece. Mas ainda há um longo caminho a percorrer.
A Fundação Côa Parque vai liderar uma equipa multidisciplinar de investigadores, ligados às tecnologias espaciais e à arqueologia, com o objectivo de cartografar – em formato digital – o Vale do Côa.
O desafio para a constituição desta equipa multidisciplinar foi lançado há pouco mais de um mês e junta diversos especialistas de várias instituições académicas e científicas: arqueólogos, biólogos, geólogos, agrónomos ou investigadores aeroespaciais.
Os investigadores são oriundos do Centro de Engenharia e Desenvolvimento do Porto, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Instituto Politécnico de Bragança.
A ideia passa por fazer um mapeamento detalhado de todo o Vale do Côa, usando vários tipos de equipamentos dotados de sensores (como balões, drones ou satélites) para depois ser processada e catalogada de forma a ganhar valor científico e económico.
O anúncio foi feito pelo Ministro da Ciência e Ensino Superior.
À margem da cerimónia António Guterres comentou a crise da pandemia e não deixou de expressar preocupação sobre a utilização da nova vacina. O secretário-geral das Nações Unidas quer que o medicamento para a Covid-19 (quando aparecer) esteja disponível para todos ao mesmo tempo. E não é isso que se perspectiva tendo em conta as movimentações de alguns países, lamenta.
Relativamente à recuperação económica no pós-pandemia, António Guterres diz que o mundo deve tirar conclusões. E o paradigma tem de mudar, defende.
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