Vai ser «a própria equipa» a assegurar a direcção artística e financeira do Teatro Municipal da Guarda, revelou ontem o presidente da Câmara durante a sessão do executivo. Questionado sobre o afastamento de Américo Rodrigues do cargo de director, Álvaro Amaro esclareceu que «as pessoas que já se ocupavam da parte artística» vão continuar «a desempenhar essa função», o mesmo acontecendo com a gestão financeira. Haverá assim «uma colegialidade» na condução do teatro, em articulação com os órgãos de administração da empresa municipal Culturguarda e com o vereador do pelouro da Cultura.
É neste novo modelo que se prepara a programação para 2014, embora Álvaro Amaro ressalve que ela estará «condicionada às directrizes financeiras», que ficarão definidas após a conclusão da auditoria que está a decorrer às contas do município. Até lá «não posso transmitir quaisquer orientações porque não conhecemos a real situação financeira».
No entanto, o presidente da Câmara assegura que «vai haver uma programação» mas a custos menos elevados. «Queremos que decorra, mas que decorra também de uma cooperação muito grande com as instituições», refere, sublinhando que foi isso «que eu prometi aos guardenses». Mas não quis adiantar mais sobre o modelo de programação.
Sobre a saída de Américo Rodrigues, o autarca classificou-o como «um acto de gestão». «São decisões dos órgãos próprios e do mais alto responsável», disse, referindo que segue uma prática de «todo o respeito por todas as pessoas e pela valia de todos» mas que «todos têm quer respeitar aquela que é a última instância, que foi a que o povo eleveu». Álvaro Amaro considera que tomou a decisão que «tinha que tomar» face «a determinadas circunstâncias».
O afastamento de Américo Rodrigues [recordar notícia aqui] surgiu na sequência da convocatória de uma conferência de imprensa [ver aqui], em que o então director do TMG pretendia esclarecer o processo de contratação à Culturguarda [ver aqui] do espectáculo do Dia da Cidade.
José Igreja, vereador do PS, considerou ontem, na mesma sessão do executivo, que «ninguém é insubstituível» mas que Américo Rodrigues «teria merecido o direito de audição», uma vez que foi demitido por Álvaro Amaro «sem saber o que [o director do TMG] iria dizer na conferência de imprensa».
O vereador reconhece que o presidente da Câmara tomou «claramente uma decisão própria e é responsável por ela». «Se eu fosse presidente da Câmara não teria agido desta maneira mas só temos que respeitar», disse José Igreja, que agora ficará «serenamente a aguardar» pela definição do futuro do TMG.