É caso para dizer que o serviço de cirurgia do Hospital da Guarda vai «mudar-se», durante algum tempo, para uma sala do tribunal. Não é que o palácio da Justiça vá transformar-se num bloco operatório ou num banco de urgências improvisados mas a verdade é que a quase totalidade dos médicos especialistas é lá que vai poder ser encontrada, e não no hospital, por força de um processo que deverá começar a ser julgado esta semana. O antigo director da cirurgia apresentou queixa-crime contra os colegas, que há alguns anos pediram em conjunto uma avaliação do serviço, e a Justiça acolheu pelo menos a acusação por difamação. É por esse crime que os autores do pedido vão ser levados a julgamento. Tudo aparentemente normal, não fosse a proporção do processo: é que dez dos onze médicos cirurgiões do Hospital Sousa Martins vão ser obrigados a estar no Tribunal, um como queixoso e nove como réus. Uma das acusadas é Adelaide Campos, que na edição de hoje do programa “O Mundo Aqui” (onde faz parte do painel de intervenientes) comentou o caso insólito que levará a que o serviço possa funcionar nos mínimos, enquanto decorrer o julgamento.
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