A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defende um reforço do investimento público na área social. O partido vai apresentar propostas concretas nesse sentido, anunciou a dirigente, à margem de uma visita à Associação Sócio-Terapêutica de Almeida.
A instituição presta cuidados a pessoas com deficiência num modelo que «garante a emancipação das pessoas, a sua autonomia e que está numa zona do país que tem vindo a ser despovoada e que de facto tem conseguido trazer aqui gente e criar aqui emprego», sublinhou Catarina Martins.
Este exemplo «é muito importante», pois «estamos a viver um momento muito delicado no nosso país e vamos ter que fazer algumas escolhas muito claras e sobre a área dos cuidados».
Cuidar de pessoas dependentes «não é armazenar pessoas, é cuidá-las no respeito pela sua individualidade, pela sua autonomia, pela sua emancipação», afirmou, defendendo a existência de «um projecto para alterar os procedimentos e para alterar os cuidados em Portugal».
Isto passa pela qualificação dos trabalhadores das instituições, em especial num distrito onde a economia social tem um forte peso também no emprego: «o sector dos cuidados é um sector exigente e as pessoas têm de ser tratadas com respeito e têm de ter formação e qualificação», sendo necessário garantir a quem presta serviços nesta ária «salário e contratos estáveis de acordo com a qualificação e com a responsabilidade que lhes é pedida».
Em relação às consequências da pandemia nos lares de idosos e às polémicas dos últimos dias, Catarina Martins pede vigilância e articulação de responsabilidades entre áreas governativas. Não se pode tomar o todo pela parte e «há excelente exemplos, felizmente», mas é necessário intervir onde existem os problemas.
Esta é uma das matérias que o Bloco de Esquerda quer ver em cima da cima, se houver diálogo com o Partido Socialista para a negociação de próximo orçamento de Estado. Uma entre várias, elencadas por Catarina Martins. A responsabilidade está no lado do PS, sublinha.
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