O presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde recebeu os jornalistas um dia depois de tomar posse e durante mais de uma hora respondeu a todas as perguntas. Afável e por vezes num registo irónico, Carlos Rodrigues não fugiu a questões como a da longa amizade – de mais de duas décadas, confirmou – com o presidente da Câmara da Guarda, a da nomeação para o cargo após uma vasta carreira de funções públicas e académicas [ver notícia anterior aqui] ou a de vir de fora para dirigir uma estrutura de saúde num distrito ao qual não tem ligação. Em relação a este último ponto, o gestor e professor universitário afirma que «até me custa, nos tempos de hoje, ouvir "vem um indíviduo de fora"». As cidades «desenvolvem-se com o conhecimento» e com a troca de experiências, contrapõe, garantindo que um dos objectivos da ULS é, precisamente, «trazer mais pessoas». Também refuta a ideia de que lhe tenha sido concedido o que vulgarmente se designa como tacho, em final de percurso profissional: «Um tacho?! Mas que tacho?!», enfatiza, confessando que «vim perder muito dinheiro» mas sublinhando que «estou numa altura da minha carreira em que [o importante] não é a motivação do dinheiro». «Vim porque quis e porque gosto. Gosto de estar aqui. Para mim é um dasafio», resume o até há pouco tempo director da licenciatura de Gestão em Saúde da Universidade Atlântica, em Lisboa. Carlos Rodrigues garante também que não possui qualquer filiação partidária e que à frente da ULS «o meu credo é a missão da organização».
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