Carlos Rodrigues confessa que a Unidade Local de Saúde da Guarda é a organização mais complexa que já foi chamado a gerir e classifica as funções em que foi investido há quase um ano e meio como um «contínuo e estimulante desafio». Entrevistado no programa "Casa da Rádio" (na semana em que se assinalou o 109º aniversário da inauguração do Sanatório Sousa Martins), o presidente do conselho de administração da estrutra que agrega os hospitais da Guarda e de Seia, 13 centros de saúde e uma unidade de saúde familiar garante que vestiu a camisola não só da instituição como da cidade, em relação à qual recusa ser tratado como forasteiro. Admite que há «uma minoria» que o vê como estranho à Guarda e não esconde o espanto quando ouve intervenções como a de um elemento do PS local, que na última Assembleia Municipal assumiu que a equipa da ULS não estaria em funções durante muito mais tempo [recordar notícia aqui], fundamentando a possível substituição no facto de quase nenhum dos elementos ter naturalidade local. Carlos Rodrigues responde criticando este género de argumentação, mesmo que enquadrada no debate político: porque viola direitos constitucioinais; porque é redutora do ponto de vista da gestão das organizações; e também porque é deselegante no plano pessoal. O doutorado em Gestão, natural de Caldas da Rainha, que antes de vir para a Guarda dirigia o curso de Gestão em Saúde numa universidade privada em Lisboa [recordar perfil aqui] também não rejeita a amizade que o liga ao presidente da Câmara da Guarda mas diz que esse não foi o critério determinante para o convite que o anterior ministro da Saúde lhe fez. E recorda nesta entrevista como conheceu Álvaro Amaro e chegou a seu chefe de gabinete no Ministério da Agricultura num dos executivos de Cavaco Silva. De resto, foram vários os cargos que ocupou enquanto dirigente público, nomeado por todos os governos – do PSD, do PS e de coligações PSD/CDS – desde a década de 80. Afirma que gostaria de cumprir o mandato (que vai sensilvelmente a meio) na administração da Unidade Local de Saúde da Guarda e que os resultados já alcançados podem ser medidos, sendo esse balanço feito em parte nesta entrevista. Mas encara com naturalidade qualquer cenário, incluindo o da eventual substituição, sublinhando sempre que é «um gestor público e não um político». Não deixa é de alertar para o facto de o cargo não ser «uma cadeira dourada» e de haver «muito muito que fazer para quem queira realmente trabalhar», como assegura ser o próprio caso: «estou dedicado inteiramente ao interesse público».
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