Álvaro Amaro nada teve a ter a ver com a derrota do PSD no concelho e no distrito da Guarda. Pelo menos nas justificações dos dirigentes, que passaram ao lado do facto de a lista (e toda a estrutura de campanha) ter elementos muito ligados ao agora deputado europeu e de estas terem sido as primeiras eleições após a renúncia do ex-presidente da Câmara da Guarda, a meio do mandato para o qual o concelho lhe havia dado a maior votação de sempre: mais de 61 por cento e o triunfo na totalidade das freguesias. Dois anos depois, as legislativas colocam o PSD em segundo lugar com 32,12 por cento, a 864 votos dos 36,14 por cento do PS. E ganhou em 17 freguesias, enquanto o PS venceu em 26, incluindo na urbana da Guarda e nas rurais mais populosas: Gonçalo e Maçainhas. Mas essa aparente quebra de confiança do eleitorado com quem em 2017 Álvaro Amaro quisera iniciar «uma grande coligação com a Guarda» não faz parte da leitura dos resultados. Carlos Peixoto prefere apontar responsabilidades noutros sentidos que nem sequer o das próprias responsabilidades enquanto presidente da comissão política distrital do PSD. A culpa foi, afirma, de estruturas concelhias do partido «que viraram completamente as costas» e do que diz serem outras fontes «de contravapor», designamente «a estrutura oficial da JSD», que «fez o que não devia ter sido feito» e «entrou numa escusada birra». Ainda assim, o agora único deputado do PSD eleito pelo distrito (que nessa circunstância promete «trabalhar a dobrar»), assinala que o partido teve no distrito melhor resultado do que a nível nacional. E considera que teria bastado uma coligação com o CDS para o PS não ter vencido na Guarda. No mesmo sentido, o mandatário distrital da candidatura do PSD, José Valbom, assinalou que no distrito «se verificou que havia dois partidos» dentro do mesmo PSD. No plano nacional, considera que «a direita paga a factura de ter acordado tarde para a oposição».
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