O presidente da Câmara da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, considera que a inclusão do concelho no mapa dos 121 de maior risco, em todo o país, onde vão vigorar, a partir do dia 4, medidas restritivas para combate à pandemia é um factor de alerta para toda a comunidade: cidadão, instituições, empresas e poderes públicos.
O desafio de todos é, por isso, fazer um esforço para provar que as restrições anunciadas no sábado, após um conselho de ministros extraordinário, serão as «proporcionais e adequadas» e que acabarão por se revelar «capazes e suficientes».
Numa entrevista à Rádio, poucas horas depois do anúncio feito pelo primeiro-ministro (e ainda antes de ser público que o chefe do Governo iria propor ao Presidente da República a declaração do estado de emergência «a título preventivo», de modo a acolher novas possíveis decisões), Carlos Monteiro fez um apelo para que seja observado «o justo equilíbrio» entre o que está em causa: «Há danos para a economia», mas «também percebemos que está em causa a saúde».
Deve, por isso, existir «uma adequação e uma proporcionalidade», que tenha em conta a realidade específica de cada concelho, mais do que a mera leitura dos números de novas infecções.
O presidente da Câmara recorda que algumas medidas já estavam em vigor na Guarda, nomeadamente quanto os horários e ao limite de lotação de restaurantes e espaços comerciais, que agora sofrem apenas «adaptações».
Apenas são proibidas as feiras quinzenais ao ar livre, embora o autarca lembre que o município já estava a realizá-las no local original, numa área ampla e aberta, com o trânsito cortado, controlo de acessos, verificação de segurança sanitária e higienização nas entradas e saídas.
Por isso, sublinha Carlos Monteiro, a Câmara já vinha tomando medidas que considerava adequadas e estavam de acordo com as normas das autoridades de saúde pública, limitando-se agora a aplicar uma proibição que é da responsabilidade do Governo.
Já o Mercado Municipal permanecerá aberto, mas com regras apertadas: «não podemos ter o número de pessoas que actualmente era possível ter», pelo que haverá «algum ajustamento das regras que estavam em vigor» para «adaptação àquilo que o Governo agora decide».
«Ajudar a economia no que é possível», é uma determinação do presidente da Câmara, mas sem perder de vista «o foco principal», que é combate ao crescimento de casos, pois «a saúde está primeiro».
Quanto aos espectáculos culturais e eventos desportivos, serão analisados «caso a caso».
Carlos Monteiro faz um apelo aos cidadãos: que cumpram as regras. «Vale a pena restringir hoje para ganhar amanhã», alerta. De outro modo, «perderemos todos».
Guarda, Pinhel, Trancoso e Fornos de Algodres são os concelhos do distrito da Guarda classificados como de alto risco, conforme o critério de 240 novas infecções de covid-19 nos últimos 14 dias, por 100 mil habitantes, adoptado pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças.
Belmonte, Covilhã, Fundão, Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, encontram-se na mesma situação, que abrange 121 concelhos em todo o país, correspondendo a cerca de 70% da população.
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