Em termos relativos a CDU foi a candidatura que mais subiu a votação nas autárquicas de 2013 no concelho da Guarda: duplicou o número de votos e de eleitos na Assembleia Municipal. A bancada comunista também já foi publicamente elogiada pelo próprio presidente, Fernando Carvalho Rodrigues, pela maneira como se prepara. É esse trabalho que Carlos Canhoto espera ver reconhecido. O cabeça de lista à Assembleia há quatro anos é agora o candidato à Câmara pela coligação PCP/PEV e reclama ter protagonizado, nestes quatro anos, uma verdadeira força de oposição. Fica a dever-se a uma preparação fundamentada por parte do colectivo do Partido Comunista, explica Carlos Canhoto, que se diz que à vontade para distinguir o que teve de mau e o que teve de bom o mandato de Álvaro Amaro à frente da Câmara. O candidato considera, porém, que o balanço é globalmente negativo, apesar de um ou dois pontos positivos. Concede, por exemplo, o benefício da dúvida às finanças da autarquia, na linha do voto de abstenção à prestação de contas de 2016. Mas faz questão de separar a análise técnica da apreciação política – e considera um erro lançar suspeitas sobre os documentos sem as fundamentar, como assinada que o PS faz. Em termos de gestão económica e financeira, Canhoto defende que a autarquia podia ter obtido resultados ainda melhores se deixasse de recorrer a empresas externas para garantir serviços que a própria Câmara está em condições de prestar. E advoga uma solução para o diferendo com o grupo Águas de Portugal: acertar as contas (apurando o que a própria empresa deve ao município e abatendo esse valor à dívida reclamada) e sair simplesmente do sistema. A adesão à então Águas do Zêzere e Côa, no início deste século, foi uma decisão unicamente política sem quaisquer vantagens para a Guarda, sublinha o candidato do PCP. E o concelho tem condições para ser auto-suficiente na captação, no tratamento e no abastecimento desde «bem público», lembra Carlos Canhoto. Quanto ao Hotel de Turismo, defende que o edifício se mantenha na esfera pública e que dê lugar a uma escola avançada de artes performativas. A candidatura da CDU também apresenta propostas para o estímulo económico e a criação de emprego, focadas no apoio às empresas existentes e na concessão de benefícios apenas aos investimentos que revelem ter um efeito sustentável e um horizonte de permanência na Guarda a longo prazo. São ideias próprias e concretas que Carlos Canhoto apresentou em nome da coligação PCP/PEV mas que são pensadas em linha com políticas nacionais que os dois partidos defendem para o as regiões do interior, faz questão de assinalar.
Os cinco candidatos a Presidente da Câmara da Guarda passaram pela Rádio para explicar os argumentos com que preparam a batalha eleitoral que se avizinha mas também para partilhar a música que ouvem. Dedicámos assim as cinco últimas edições de programas e rubricas (antes da pausa da grelha no Verão, no final desta semana) aos principais protagonistas das eleições autárquicas de 1 de Outubro. No “Argumentário”, espaço de grande entrevista, ouvimos o percurso, as razões, o diagnóstico e as propostas dos concorrentes. Na “Sociedade de Autor” – rubrica de selecção musical feita por um convidado – conhecemos as músicas que marcaram a vida de cada candidato.
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