O presidente da Câmara da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, reagiu ontem à saída de José Amaral Lopes da coordenação da comissão da candidatura a Capital Europeia da Cultura. Isto depois de o ex-secretário de Estado da Cultura ter tornando pública a carta, enviada no início da semana, em que se desvinculava do processo, invocando falta de resposta e de definição e criticando especialmente o vereador com o pelouro da Cultura, Victor Amaral. A má relação progressiva, nos últimos meses, entre o membro do executivo com a tutela do projecto e o consultor cujos serviços tinham sido contratados por Álvaro Amaro no início de 2018 precipitou esta decisão, tendo o actual presidente da Câmara decidido estar solidário com o seu vereador. Daí que o pedido de demissão de José Amaral Lopes tenha sido aceite. Ao torná-lo público com fortes críticas ao município, Carlos Monteiro veio a terreiro esclarecer, em primeiro lugar, que o antigo governante não era senão um consultor e que não podia intitular-se coordenador de uma Unidade de Missão que não fora criada. O presidente da Câmara refuta a imagem de que a candidatura girasse em torno da figura de Amaral Lopes e lamenta a falta de articulação com os restantes membros da comissão executiva e outros parceiros do projecto. Garante, também, que a candidatura «não perde os alicerces» e que passará a estar sob a coordenação directa do vereador da Cultura, Victor Amaral, que acaba de assumir funções a tempo inteiro com essa mesma finalidade. Carlos Monteiro agradece o contributo de José Amaral Lopes mas sublinha que deixou, sobretudo, um trabalho «teórico» com «grau de execução muito deficiente». Que agora a autarquia vai tentar recuperar, tendo já agendada uma apresentação do projecto em Paris, nos próximos dias. E ainda este mês será conhecida a imagem corporativa da candidatura.
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