O raciocínio parece simples: se a Câmara da Guarda recebeu, entre 2011 e 2012, três milhões e meio de euros pela venda do Hotel de Turismo ao Estado e se há, neste momento, um possível diferendo entre o actual proprietário e o Grupo Visabeira – o vencedor da hasta pública promovida pelo Turismo de Portugal e pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças – sobre o pagamento de rendas até à reabertura da unidade, a autarquia não se importa de abdicar de uma pequena parte do montante encaixado na operação imobiliária, se isso desbloquear o problema. É que o município votou vencido ao lado da interpretação do grupo hoteleiro: a Visabeira entende que só deverá começar a pagar rendas quando tiver concluídas as obras de requalificação do hotel da Guarda e a actividade puder ter início. Até lá, reclama um período de carência, ainda que aceite um limite temporal que não ultrapasse o final do ano de 2019. Mas os dois organismos do Estado insistem em que o promotor deve começar já a pagar a compensação mensal. A solução avançada por Álvaro Amaro é que pode não ter sustentação legal mas o autarca indica-a como prova da disponibilidade total para negociar com as partes, de modo a evitar que o processo volte ao princípio. Estão em causa cerca de 180 mil euros, que o presidente da Câmara vai tentar perceber se pode assumir. Mais do que o valor, é o sinal político para a resolução da questão, agora que o grupo Visabeira vai ser notificado de que, querendo, poderá tomar posse do Hotel de Turismo da Guarda.
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