A Câmara da Guarda decidiu na reunião de ontem não mexer nos valores do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e de outros impostos e taxas, não alterando também as tarifas da água para 2019. Álvaro Amaro justifica a medida com a necessidade de cobrir investimentos que estarão em curso no próximo ano (Passadiços do Mondego e despoluição do Rio Noéme, por exemplo) enquanto não houver garantias de financiamentos comunitários, que deverão ser negociados com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional no âmbito da reprogramação do quadro estratégico 2020, adiantou o presidente da Câmara. E invoca, por outro lado, as necessidades de provisão financeira para o diferendo com a empresa Águas de Portugal. A oposição só esteve representada por um vereador. Eduardo Brito, que tem feito da redução dos impostos municipais uma bandeira política, não compareceu à sessão. Foi Pedro Fonseca quem votou sozinho contra as propostas, alegando que uma redução do IMI em 2019, além de ter efeitos positivos junto dos munícipes, daria à Câmara outra capacidade de reivindicação junto do Governo. Na mesma reunião foi aprovada a redução das obrigações fiscais relacionadas com o projecto de requalificação do Hotel de Turismo. E foi ainda votado favoravelmente o reconhecimento de interesse municipal de dois projectos de turismo rural no vale do Mondego, num dos quais o promotor é o vice-presidente da Câmara, Carlos Monteiro. A oposição, pela voz de Pedro Fonseca, não viu nenhum problema legal nem ético neste caso particular: «eu também sou empresário e sou vereador, não executivo, e acho que não seria impeditivo eu querer aumentar o meu plano de negócios e recorrer aos apoios que o município confere», justificou o vereador do PS. E o presidente da Câmara também não encontrou impedimentos: «então o cidadão Carlos Monteiro não pode estar a fazer um investimento de alojamento local ou por ser vereador perde direitos de investidor, desde que não colidam?», foram as perguntas com que Álvaro Amaro deu a resposta.
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