A Câmara de Belmonte está a realizar um concurso de madeiros com o objetivo de manter uma tradição secular da noite de Natal.
O desafio é aberto a todas as localidades do concelho, que apenas podem concorrer com um madeiro cada. As fogueiras, preparadas pelos mancebos ou grupo de pessoas escolhidas pelas Juntas de Freguesia, devem ficar junto ao adro da igreja/capela da aldeia participante. «Os madeiros devem estar prontos no dia 22 de dezembro», alerta a autarquia, que revela que o júri apreciará os madeiros até ao dia 24, «sem aviso prévio aos participantes». Para efeitos de classificação será considerada a dimensão (altura e largura) dos madeiros, a qualidade e quantidade de madeira usada, o respeito pelas regras de localização, além da organização e do impacto visual da fogueira. De acordo com o regulamento, os primeiros três classificados recebem um prémio pecuniário de 300, 250 e 100 euros, respetivamente. Todos os participantes vão ter direito a um prémio simbólico. No ano passou venceu a localidade de Malpique.

O madeiro, também designado popularmente por fogueira do Menino Jesus, é uma tradição forte na maioria das aldeias portuguesas. Todos os anos, com o aproximar do Natal, por todas as freguesias da região, os jovens em idade de cumprir o serviço militar unem-se para cortar e transportar os troncos que alimentarão a fogueira para aquecer o Menino Jesus. O grande monte de madeira, depositado no adro da igreja, é ateado ao cair da noite do dia 24 e mantém-se aceso durante vários dias. Depois da ceia de Natal, a população reúne-se em redor da fogueira, num gesto ritual de fraterno encontro, antes da Missa do Galo. Por isso, o madeiro é sinónimo de união, convívio e partilha.