O financiamento de projectos com fundos comunitários começa a ser, para os próprios autarcas da Comunidade intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, visto com baixas expectativas e um pessimismo comum e crescente. Não chegou ainda um cêntimo à economia e nem uma obra adjudicada foi paga com verbas de Bruxelas. O maior crítico de como o quadro «Portugal 2020» tem sido administrado, quer pela CCDR, em Coimbra, quer pela administração central, é o presidente da Câmara de Manteigas, José Manuel Biscaia, que acredita que Paulo Fernandes, o novo presidente da CIM, que tomou posse na semana passada, dê um outro impulso. O autarca de Trancoso, Amílcar Salvador também espera que os próximos dois anos sejam mais rentáveis, no trabalho de captação de fundos europeus. Basta olhar para outras comunidades no país e perceber o quanto esta se deixou ficar para trás, avisa o presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, Paulo Langrouva. Não é o único autarca socialista a criticar o colega da Covilhã, também eleito pelo PS, que passou na semana passada a pasta da presidência da CIM, depois de dois anos no cargo.Também Manuel Fonseca, de Fornos de Algodres, lamenta estes sistemáticos atraso. Luís Tadeu, de Gouveia, pede para que não se faça tudo de novo. António Robalo, do Sabugal, assume que não vem à busca dos fundos comunitários, mas sim de dar balanço aos projectos em comum que beneficiem todos os municípios. António Dias Rocha, presidente da Câmara de Belmonte, quer acreditar que tanto tempo de espera dê nalguma coisa. O autarca de Seia, Filipe Camelo, espera que o governo dê algumas orientações na condução das candidaturas. Só Álvaro Amaro, da Guarda, diz não entender a razão de tanto cepticismo., porque o calendário das candidaturas aos fundos comunitários sempre foi assim: demorado vários anos para lá do prazo.
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