Álvaro Amaro quer que haja «um abanão» no PSD da Guarda. O presidente da Câmara não é militante no concelho e nunca se envolveu muito na vida interna local do partido. Mas perante a vitória de Pedro Santana Lopes na concelhia da capital do distrito, nas eleições directas do passado sábado, considera que o partido ficou «no lado errado da história». E critica a estrutura por não ter assumido claramente uma posição, ao contrário do que fez a comissão política distrital. Desafia, por isso, o PSD do concelho a «uma reflexão profunda», em que «deixe de ser menos táctico e passe a ser mais político e mais pragmático» e se torne capaz de produzir «pensamento político e pensamento estratégico para bem da Guarda». Sem medo dos suspostos «arregimentadores de votos» de militantes, até porque o universo de votantes nas eleições internas do passado sábado, cerca de 250, foi muito inferior ao número real de filiados no PSD no concelho da Guarda, que ultrapassará os 400. E há outro aviso que Álvaro Amaro lança às hostes social-democratas: «estar no poder não é garantia de nada». Um alerta, em entrevista à Rádio no rescaldo das eleições para a escolha do sucessor de Pedro Passos Coelho, numa altura em que a vitória de Rui Rio lança de novo cenários sobre o futuro polítco do presidente da Câmara da Guarda. A esse respeito Amaro nada adianta, recordando que «sempre cumpri até ao fim todos os mandatos para que fui eleito». O que não quer dizer que o PSD na Guarda não tenha de estar «sempre preparado para todos os cenários», trabalhando como se «disputasse eleições já amanhã». É essa atitude de constante disponibilidade para o combate político que o partido deve assumir, sublinha. Quanto à possibilidade de uma facção de militantes do PSD ter encarado estas eleições para a liderança nacional como uma forma de votar contra o próprio Álvaro Amaro (apoiante de primeira hora de Rui Rio), o presidente da Câmara é lacónico: «não acredito que haja nenhum militante do PSD que tenha votado em Santana Lopes só para estar hoje a dizer que ganhou ao Álvaro Amaro».
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