As celebrações oficiais do 25 de Abril na Guarda, promovidas pela Câmara, vão incluir a homenagem a título póstumo a António de Almeida Santos, que foi o primeiro presidente da Assembleia Municipal. O histórico socialista, falecido em Janeiro, passará a ter nome de avenida e será evocado numa sessão comemorativa os 40 anos do Poder Local e da realização das primeiras eleições autárquicas. Para além do presidente da câmara (Álvaro Amaro) e do presidente da Assembleia Municipal (Carvalho Rodrigues), serão oradores Vítor Cabeço (o primeiro presidente da Câmara eleito) e Maria Antónia de Almeida Santos, actual deputada socialista na Assembleia da República pelo círculo da Guarda e filha do homenageado. Álvaro Amaro diz que fez também o convite ao antigo presidente da autarquia, Abílio Curto, que recusou participar [ver notícia anterior aqui]. Em declarações à Rádio, o autarca que mais tempo esteve na função (entre 1977 e 1995), explica que declinou por «motivos pessoais e políticos» e acusa Álvaro Amaro de estar a organizar «uma autêntica jogada de folclore», rejeitando ser «uma peninha no chapéu» numa «jogada política e partidária» – é assim que Abílio Curto classifica a sessão marcada para o Dia da Liberdade. Referindo-se a si próprio na terceira pessoa e reclamando a autoria das maiores obras que se fizeram na cidade e nas aldeias do concelho da Guarda, o ex-presidente da Câmara sugere ao sucessor que «acabe aquilo que o Abílio Curto começou» em vez de «andar com essa conversa», citando as frequentes referências de Álvaro Amaro à «gestão ruinosa socialista» – adjectivação que rejeita e que constituiu o motivo primordial para ter recusado participar na sessão do próximo dia 25. Ainda assim, não esconde alguma mágoa quando reconhece que é o primeiro convite do género que recebe por parte do município, numa crítica implícita aos socialistas que lhe sucederam até à perda da Câmara para a coligação PSD/CDS, em 2013. Só a antiga Junta São Miguel da Guarda o homenageou nos 25 anos da criação da freguesia urbana entretanto extinta. Curiosamente, também por iniciativa de um autarca do PSD, João Prata.
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