A integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia, em 1986, foi uma lufada de ar fresco para a economia atrasada e uma península que se deslumbrava para lá dos Pirenéus, onde começava a Europa. Também Espanha entrou na mesma altura. Houve dinheiro para tudo: os fundos de coesão, os programas de financiamento e os quadros comunitários de apoio ajudaram a erguer escolas, hospitais, estradas, rotundas, pavilhões desportivos e a pagar até projectos que nunca viram a luz do dia. Trouxe também uma outra noção de liberdade, com a abertura das fronteiras e a circulação de pessoas e bens ao abrigo do acordo assinado em Schengen, uma pequena localidade no Luxemburgo, simbólica por estar próxima do ponto em que se unem as fronteiras deste pequeno país com os gigantes da Alemanha e da França. Por cá, historicamente, a porta da Europa é Vilar Formoso, mas desde que deixou de haver uma separação entre países a fronteira deixou de ser ponto de negócios, de espera pela abertura da alfândega e de transacção de produtos de todo o mundo.
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