O Partido Socialista tornou público, na reunião do executivo da Câmara da Guarda realizada esta segunda-feira, um autêntico ultimato à Unidade Local de Saúde da Guarda: o conselho de administração (nomeado pelo actual Governo, do PS) tem um prazo até ao final do ano para «apresentar trabalho». Naquela que foi a primeira tomada de posição pública de um dirigente socialista local desde a visita do ministro da Saúde ao Hospital da Guarda, o vereador Eduardo Brito afirmou que «é preciso que haja rapidez na apresentação» de soluções para os problemas pendentes, destacando o projecto de requalificação do antigo edifício das urgências e a própria questão da «qualificação do hospital». Num tom crítico, o líder da oposição no município sublinhou que «não só o ministro precisa de conhecer como toda a sociedade, todos utentes e os políticos, para depois nos podermos movimentar». O PS falou assim através da voz de Eduardo Brito, com a anuência do outro vereador socialista (e presidente da federação distrital do partido), Pedro Fonseca. O final de 2018 é o horizonte concedido ao conselho de administração da ULS, porque o novo ano será «um bom momento para nova vida, novos projectos e novas ambições». E rematou deixando claro que «o PS é o principal responsável político pelo que de bom e de mau aconteça ao Hospital da Guarda no curto e no médio prazo e nós assumimos essa responsabilidade». Acabou por ser o presidente da Câmara, Álvaro Amaro, a ter uma intervenção num registo contrário, ao fazer um apelo «à união» em torno das estruturas de saúde da Guarda. O autarca do PSD declarou que «tenho a maior consideração pela presidente» da Unidade Local de Saúde, a médica Isabel Coelho, e disponibilizou-se para prestar-lhe «toda a colaboração». «Nós queremos ser parceiros» e «estar ao lado das soluções, sempre», sublinhou o presidente da Câmara, considerando que «se está em causa» o futuro da Guarda «em matéria de saúde», todos os intervenientes têm que «juntar as vontades e dar as mãos». Álvaro Amaro deixou ainda um apelo à cidade, evocando outras lutas relacionadas com a saúde (como a defesa da manutenção da maternidade): «temos que nos indignar» porque «o Hospital da Guarda está a sofrer». E se o diagnóstico decorrente de declarações públicas como a do presidente da secção regional do Centro da Ordem dos Médicos [ver notícia anterior aqui] estiver errado, cabe também à ULS contradizê-lo e explicar: «Se faz, tem que informar e comunicar mais», aconselhou Álvaro Amaro. «O que não comunica não existe», concluiu.
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